quinta-feira, 28 de abril de 2016

O pai fica!

Das melhores notícias (da última semana) que eu recebi, esta foi sem sombra de dúvidas a melhor:

Eu não passei por uma cesariana, mas podia ter passado. A minha filha nasceu de parto normal, com uma suposta epidural que nunca chegou a fazer o efeito mágico que algumas mulheres dizem que faz, ou sou eu que sou maricas (e sou mesmo, confesso, mas naquela hora, não fui, garanto!)

Eu detesto agulhas, pessoas de bata branca (vulgo: enfermeiros e médicos), não pelas pessoas que são, mas pelas "maldades" que me podem fazer... e detesto hospitais, pois é lá que fazem as "maldades"... Sempre fui assim, sempre fui uma medricas, mas posso dizer que foi trauma de infância, pois, infelizmente, até aos meus 7 anos andava pouco a pouco doente e enfiada em hospitais (além das visitas periódicas ainda fui submetida a 2 cirurgias) e rodeada de agulhas e pessoas de batas brancas... Desde aí, ganhei medo...

Quando a enfermeira que me acompanhava me disse que a bebé ia nascer e que eu teria de passar já para a outra sala, eu disse que só ia quando o meu namorido chegasse (naquele momento ele tinha ido ao carro buscar a máquina fotográfica). E ela insistiu que tinha de ser já. A irmã dele, que estava comigo (é enfermeira!), ligou-lhe e ele veio a correr e lá fomos nós para a sala da verdade. Nessa sala ele manteve-se ao meu lado, com ar assustado (nunca o vi tão branco!), não disse muita coisa (acho que lhe faltavam as palavras!), mas lá permaneceu. Só o facto dele estar ali comigo me fez sentir protegida, acompanhada. Não é fácil, mas é um momento em que, por momentos, achamos que não vamos conseguir fazer o que tem de ser feito... Mas o facto dele estar ali ajuda muito o nosso psicológico, a nossa força parece que ganha vigor... É inexplicável!... 

Se, por acaso, tivesse que ser submetida a uma cesariana, só ia querer ser acompanhada pelo pai da minha filha para ele também ter a oportunidade de ver a nossa filha, pela primeira vez, ao mesmo tempo que eu... Acho que é justo... Para não falar no apoio que ele me poderia dar naquele preciso momento... E também para ele poder sentir um pouco do que eu estava a sentir, não em dor, pois isso não é possível, mas em compaixão. É um momento nosso, só nosso e acho que é justo. Ainda bem que esta notícia chegou!


1 comentário:

  1. Essa foi sem dúvida a melhor notícia dos últimos tempos. O pai tem todo o direito (desde que não existam contra indicações médicas) para assistir ao parto.
    O Milton também ficou branco de papel (o médico até perguntou se ele queria ir descansar para um quarto) mas ficou ali e nunca teria sido a mesma coisa sem ele, nem teria havido outra pessoa que eu quisesse ali comigo tanto como ele.
    Ainda bem que quem faz cesariana pode ter a mesma oportunidade e usufruir deste momento tão importante a dois. Mais uma prova de que, quando as pessoas se unem, conseguem grandes coisas.

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